Eleições: obrigação ou direito?
Por Fabiana de Almeida Garcia.
No Brasil, há uma profunda carência de educação política. Política no sentido mais amplo do termo. As pessoas confundem política com partidos políticos. Ou a associam à prática de corrupção, em um falso sistema democrático que frustra as expectativas de melhorias sociais.
O cidadão brasileiro só se recorda da "política" de dois em dois anos, poucos meses antes de votar. Ao apertar os botões da urna, sai com a sensação de um dever cumprido. Pronto. A vida volta ao normal. Terminou a "fase" de TER que escolher alguém para governar.
Uns se sentem incomodados pela obrigatoriedade do voto. Outros saem da cabine eleitoral orgulhosos por cumprir seu papel de cidadão. Mas a questão é: isso é suficiente para transformações sociais? Obviamente que não.
O indivíduo não percebe que ele está simplesmente fazendo parte do "jogo" do esquema previamente implantado. Você é obrigado a votar, e tem determinadas opções dentro de um certo modelo de sistema. E quem disse que deve ser dessa forma?
Em países em que a eleição não é obrigatória, existe um processo de politização desde cedo. As crianças já aprendem no colégio a participar ativamente das reivindicações coletivas, criando agremiações com eleições próprias. Estas se preparam para um modelo democrático de fato.
Nesses países, também os estudos sobre psicologia social são avançados, pois é preciso não apenas fazer com que o indivíduo escolha entre o candidato X ou Y, mas sim convencê-lo a sair de sua cama em um dia chuvoso para votar. Por isso compreende-se o porquê do voto e sua ampla dimensão.
Enquanto isso, vamos ficando no Brasil com a triste mania de resumir a política em marketing sem conteúdo, com abraços, musiquinhas emocionantes, e palhaços eleitos.
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
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