Educação e a formação do cidadão no mundo do trabalho
Por Gesley Fernandes.
Ontem foi o 1° de Maio, dia do trabalho e do trabalhador, e uma boa data para lembrarmos da identidade que existe entre trabalho e educação. A educação não tem seu fim último em produzir um bom operário, e isso pode criar ruído em uma sociedade em mudança como a nossa.
Nos últimos anos, a ascensão social no Brasil deu condições a uma parcela significativa da população de acessar pela primeira vez o mundo do consumo, o qual se permeia pelo mundo do trabalho e por esse que o cidadão vai conseguir renda o suficiente para comprar não mais somente para sobrevivência. Agora, temos um início de distribuição de renda, aumento real de salário e pleno emprego, mas isso não veio com acesso a serviços públicos de qualidade.
Quando se tinha a família vivendo para a sobrevivência, a luta por tais serviços de qualidade não era essencial, apesar deste sempre ser o tema de muitos movimentos sociais. Já com o aumento da quantidade de cidadãos tendo acesso a melhores condições, a falta de infraestrutura se transparece.
Assim, essa nova sociedade que está sendo gestada precisa de acesso à educação de qualidade, e essa qualidade está ainda em discussão. Qualidade seria aprender bem uma profissão? Em um cenário de pleno emprego e de tanta infraestrutura a se fazer, seria lógico pensar que devemos ter escolas voltadas à profissionalização. Mas em uma sociedade que sempre se viu privada de um debate sobre as políticas públicas, educar apenas para o mundo do trabalho é muito pouco.
O debate sobre a educação está ainda em aberto e o tipo de educação que iremos ter pode estar em jogo. O Plano Nacional de Educação, que regulará o setor para os próximos 10 anos, está sendo debatido no Congresso, e a formação do cidadão/ trabalhador está lá.
Nesse 1° de Maio, é bom revisitar as transformações pelas quais passamos recentemente no cenário da educação. Debater esse cenário de mudança e para onde ele caminha é primordial para o mundo do trabalho, pois se a educação não deve ter seu fim em formar trabalhadores, tampouco se forma um cidadão preparado para o mundo do trabalho sem educação.
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
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