Conhecer a verdade e apagar os ditadores de nossas escolas
Por Gesley Fernandes.
Essa semana lembramos em uma série de ações por todo o país a data em que nossa historia mergulhou em um período negro. No dia primeiro, há cinquenta anos, instalava-se um regime de exceção que durante mais de vinte anos fez de nosso país seu refém. Atualmente lutamos para que essa marca dentro da nossa história seja passada a limpo.
As várias Comissões da Verdade instaladas pelo país têm tentado levantar quem foram os participantes de crimes contra a humanidade. Mesmo assim, ainda hoje não sabemos bem quem foram os agentes que, a mando do estado, praticaram torturas e assassinados, para ficar nos crimes mais graves. Esses são hoje senhores que possam de "heróis" e recebem gordas pensões do governo. A história passada a limpo serve-nos não apenas para não cometermos novamente tais erros, mas também para tomarmos ações que corrijam minimamente o que foi feito e segue sendo feito de errado.
Um ponto interessante de correção é uma campanha feita que pede a mudança do nome das escolas públicas batizadas em forma de homenagem a torturadores, ditadores e criminosos. Em Salvador, uma escola conseguiu que o nome do Colégio Estadual Emílio Garrastazu Médici fosse trocado pelo nome de um combatente contra a ditatura, e ficou Colégio Estadual Carlos Marighella.
Geralmente não percebemos e não sabemos a história por trás de vários nomes que passam pelo nosso dia a dia, e passamos por praças, ruas e até escolas onde esses nomes aparecem sem grandes significações. Mas admitir quem freou a história do Brasil cometendo toda uma série de barbaridades é admitir que tal história foi legítima e pode acontecer novamente. Assim, esses estudantes não só mudaram o nome da escola, mas ao fazer isso também escolheram um combatente contra quem estava vilipendiando o estado; fizeram todo um trabalho de ressignificação histórica, e não admitiram que sua própria história como estudantes servisse para homenagear e referendar quem foi assassino e torturador.
Temos que fazer com que nosso período histórico -como ocorre desde o ano passado com o crescimento da visibilidade das movimentações sociais- sirva para que iniciemos um "passar a limpo" de nossa historia, pois é assim que impediremos que se repitam os crimes cometidos no passado, e também corrigiremos o que ainda está em tempo de ser corrigido.
Para saber mais sobre a campanha "apague o ditador de sua escola", acesse o site: http://levante.org.br/apague-o-ditador-da-sua-escola/
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
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