A brincadeira de Gramani
Por Marcelo Coelho.
O texto desta semana foge ao conteúdo comumente apresentado nesta coluna: a Observação Cria-e-Ativa. A razão para isso deve-se à necessidade de se homenagear um homem que viveu da sua imensa capacidade criativa: José Eduardo Gramani. O texto abaixo é uma homenagem ao dia do seu aniversário.
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São poucos os que conseguem perceber o contexto em que vive, o AQUI-AGORA de cada um! Talvez porque estamos muito ocupados em pensar, ou perdemos o hábito de viver o amanhã HOJE. As crianças sabem disso, elas vivem o amanhã hoje, elas brincam de bombeiro, salvam o mundo e reconstróem tudo de novo… e se não ficou bom, começam tudo outra vez, afinal, o amanhã, pra elas, ainda não chegou. Nós adultos vivenciamos muitas vezes esses momentos mas não percebemos…
José Eduardo Gramani sabia, conscientemente, que chegaria no amanhã de um jeito ou de outro. Parece óbvio, mas a sabedoria dele estava nas escolhas, na decisão de como gostaria de estar no amanha, e vivenciava essa experiëncia no hoje, no aqui-agora. Tão simples e tão sábio, brincadeira de criança!!
O livros de rítmica, tão complexos, foram construídos da forma mais simples possível. Os exercícios das séries por exemplo são de uma ingenuidade quase infantil na sua construção "uma colcheia pra cá, uma semi pra lá, uma colcheia pra cá, duas semi pra lá…". Poderíamos pensar como se fosse "uma laranja pra cá, uma maçã pra lá, uma laranja pra cá, duas maçãs pra lá…". Brincadeira de criança!!! Os nomes dos exercícios mostram claramente que ele se divertia com os seus estudos rítmicos: Fifrilim, Tirolira, Pirilämpsias, Tambaleio, Divertimentos, e por aí vai… A sabedoria infantil do Gramani fez dos seus exercícios rítmicos um referencial de estudo, hoje e amanhã.
E foi assim…. ele brincava de ser gente grande, de um dia ser um grande educador, músico e pesquisador, de salvar o planeta música da sistematização simples e fazer desse planeta um grande parque, onde a brincadeira de fazer música faria as pessoas rirem, chorarem, pensarem e terem vontade de viver só brincando… e de tanto acreditar que só estava brincando de salvar o planeta, ele deixou uma obra prima para a humanidade; e de tanto acreditar que seria gente grande um dia, seu nome se tornou um verbo!
Estamos nós aqui agora, no amanhã dele, vivenciando o seu legado!!
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
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