Literatura na América Latina
Por Joana Cantanhede.
É fascinante como textos têm o poder de nos levar a tempos remotos. Não apenas textos de história ou épicos, mas qualquer tipo de texto. Somos capazes de observar o mundo por perspectivas diversas e "ouvir" opiniões diferentes, o que acaba por embasar cada vez melhor nossa visão de mundo.
E a história da América Latina dá exuberância à leitura, exatamente por ser uma história conturbada, violenta, polêmica, bonita e acima de tudo, recente.
Ao contrário do que se acredita, a literatura americana não surgiu com a colonização. Em alguns povos, ela já era comum e expressava aquele mundo particular que tornara-se, mais tarde, a América Espanhola. Eram poesias, teatros e textos místicos e históricos. Os povos da América Central retratavam um mundo extremamente diferente daquele conhecido pela Europa da época.
E, assim como conhecemos pela história, com a chegada dos colonizadores, essa literatura transformou-se bruscamente. A cultura europeia nunca foi tão intensamente expressada e apropriada pelos nativos, que acabaram por adotar muitas das escolas literárias criadas e comuns aos europeus.
Mas, então, as colônias recomeçam, aos poucos, a retomar suas peculiaridades. Suas culturas não voltam a ser como eram, mas ganham caráter próprio, e, assim, a literatura se torna cada vez mais única, mais característica de cada lugar.
Formam-se os Estados americanos, sejam eles quais forem, e a literatura se atualiza, se caracteriza cada vez mais. Ora alinhada ao pensamento da maioria, ora menosprezada, ela fomenta a mudança, ameaça líderes e unifica pensamentos. Poderosa, vira inimiga das ditaduras.
Se não for muito atrevido, digo que há um paradigma da literatura: não se sabe ao certo se ela fomenta a mudança, ou se ela que acompanha a mudança. Uma coisa é certa: a literatura tem um poder enorme de construir mentes, seja para o bem ou para o mau.
A literatura Latino-Americana é a marca de um povo que ainda busca a estabilidade histórica. Por fora e por dentro, países americanos ainda são lapidados, esculpidos e seu povo, ainda em formação, apoia-se em uma história de lutas, sofrimentos e conquistas para construir o futuro traçado no período pré-colombiano.
Histórias da ditadura escritas com sutileza por Isabel Allende, poemas exuberantes que expressam a tristeza de um povo de García Marquez, realidades impossíveis retratadas pelas palavras de Jorge Luis Borges são apenas exemplos das maneiras como podemos visitar o passado e o presente da América Latina.
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
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