Conheça Elton Pinheiro
Por Carlos Bernardina Jr.
Navegando com um olhar aguçado, curioso e algo amedrontado por entre o caos de referências e interferências que compõem o mosaico contemporâneo, Elton Pinheiro é um artista singular. Talvez um dos melhores da atual safra de compositores brasileiros. Seu disco de estreia, Lavrador, foi produzido por Rodrigo Campello, e teve nomes como Marcos Suzano e Jr. Tolstoi entre os músicos. Mas então você descobre que Elton também escreve livros, inclusive tem um editado (Orações com vícios de linguagem)… e depois descobre que na verdade sua formação é em artes plásticas, tendo inúmeras obras visuais em seu acervo.
Alguns diriam que este é um típico artista dos tempos atuais, inter / transdisciplinar por natureza, mais interessado em explorar as intercessões entre linguagens do que em esgotar as possibilidades gramaticais de um único idioma artístico. E teriam certa razão em interpretá-lo desta forma… digo "certa razão", porque Elton vem fazendo isso há mais ou menos 20 anos, muito antes dos fenômenos dos coletivos artísticos se proliferarem… muito antes de conceitos como transdisciplinaridade tornarem-se moeda corrente na crítica artística.
Mas afinal de contas, quem é Elton Pinheiro? Natural de Vitória – ES, ele vem pavimentado sua trajetória artística longe dos holofotes da grande mídia, menos por resistência e mais por não se identificar com o jogo de influências e poderes que muitas vezes rege este campo. Elton é um artista essencialmente independente, e precisa de sua integridade para produzir, respirar… Porém, não deixa de estar atento aos movimentos inesperados, tensos, inconstantes, que rasgam a cada segundo o horizonte do mundo contemporâneo. Por isso, sua música pode falar de Jesus através de palavras que não existiam antes dele inventá-las. Por isso sua arte passeia com tanta naturalidade entre o sagrado, o profano, a raiz, o rizoma, o pop, o 5/4. Elton é um construtor de pontes entre o que há de mais radical no mundo dito pós-moderno e o que há de mais radical na tradição da modernidade. Ele é a própria tensão pulsante e latente entre esses dois universos, que se entrechocam a cada instante formando esse tal mundo contemporâneo. Um nome para ser conhecido em 2014.
Conheça seu disco, Lavrador, que pode ser ouvido na íntegra por aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=TxkSh-jiZ5M
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
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