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A formação do Mundo Moderno (II)

GVcult

14/07/2015 06h00

Por    Bernardo Buarque de Hollanda

6. França, Inglaterra e Espanha na segunda metade do século XVI

Trecho do Édito de Nantes, assinado em 13 April 1598 por Henrique IV da França.

1566: começo da revolta dos Países Baixos;

1572: São Bartolomeu na França;

1588: a invencível Armada;

1589: o assassinato de Henrique III e chegada de Henrique IV;

1598: Édito de Nantes.

O problema religioso domina, em níveis diversos, a história dos grandes poderios da Europa ocidental, na segunda metade do século XVI. Na França, católicos e protestantes se enfrentam depois de quarenta anos de um conflito que e chama apropriadamente "guerras de Religião", mas que ao mesmo tempo é uma grave crise nacional: a sabedoria política de Henrique IV leva ao restabelecimento da paz, em 1598, com o Édito de Nantes. Na Inglaterra, Elisabeth I estabelece o anglicanismo, enquanto o seu longo reinado é marcado por uma grande prosperidade econômica. Na Espanha, Filipe II faz triunfar o catolicismo nos seus próprios estados e em toda a Europa, mas não impede a independência de fato dos Países Baixos do Norte.

7. África, Ásia e América nos séculos XVI e XVII

Bandeira da dinastia Tsing. crédito: bhmpics.com

1526: Batalha dos "Mohacs", os turcos dominam a Hungria;

1571: derrota naval dos turcos na "Lépante";

1608: fundação de Quebec por Champlain;

1620: os Pais Peregrinos do Mayflower fundam a Massachusetts;

1644: começo na China da dinastia manchu dos Tsing.

O império otomano se estende, nos séculos XVI e XVII, da Hungria ao Egito, da Mesopotâmia aos estados berberes da África do Norte, fazendo pesar uma ameaça constante ao Leste sobre o Irã xiita, ao Oeste sobre a Europa cristã. Durante este tempo, direta ou indiretamente, os europeus começam a estender a sua dominação sobre grande parte do mundo. A África negra é vítima dos princípios do tratado negreiro sobre as colônias americanas. A Índia do Grão Mongol e a China dos Ming, depois dos Tsing, abrem-se mais ou menos ao comércio dominado primeiro pelos portugueses, depois pelos holandeses, em seguida pelos ingleses e franceses. Isolado, o Japão se volta para ele mesmo desde o começo do século XVII. Enfim, o Novo Mundo é explorado diretamente pelos espanhóis na América central e meridional, pelos portugueses no Brasil, depois, no século XVII, pelos franceses e ingleses nas Antilhas e na América do Norte.

8. A política europeia na primeira metade do século XVII

1618: defenestração de Praga; começo da Guerra dos Trinta Anos;

1632: vitória e morte de Gustavo Adolfo em Lützen;

1643: vitória francesa de Rocroi;

1648: tratado de Westphalia;

1659: tratado dos Pireneus.

Conflito complexo, ao mesmo tempo religioso, político e econômico, a Guerra dos Trinta Anos, que começou na Boêmia em 1618, se estende logo ao Império, depois a uma parte da Europa. O contexto de luta é a preponderância da Casa da Áustria. Em um primeiro tempo, o imperador Ferdinando II logra esmagar a Boêmia e eliminar o rei da Dinamarca. Depois a morte do rei da Suécia, Gustavo Adolfo, o afasta de um adversário difícil. Mas em 1635, ele deve fazer face à intervenção francesa, que força seu sucessor Ferdinand III a assinar em 1648 o tratado de Westphalia. Este consagra a derrota e as ambições dos Habsburgos, mantendo a divisão política e religiosa da Alemanha. A guerra continua entre a França e a Espanha, mas em 1659 o tratado dos Pireneus assegura a supremacia francesa na Europa.

9. A França de 1598 a 1661

1610: assassinato de Henrique IV, chegada de Luís XIII;

1624: Richelieu no poder;

1642: morte de Richelieu;

1648-53: a Fronde;

1661: morte de Mazarin.

Tendo restabelecido a paz civil com o Édito de Nantes (1598), Henrique IV se dedica, até o seu assassinato em 1610, a restaurar a autoridade monárquica e, com a ajuda de Sully, a reerguer o reino financeira e economicamente. Depois dos problemas que marcaram a regência de Maria de Médici e o começo do reinado de Luís XIII, Richelieu se esforça para restaurar a nova autoridade do rei tanto dentro como fora, mas o regime de guerra que se impõe ao país suscita forte resistência impiedosamente reprimida. Durante a minoridade de Luís XIV, a regência é assegurada por Ana da Áustria que se remete a Mazarin. Este segue a política de Richelieu, o que gera descontentamento e provoca uma verdadeira guerra civil. Mas a Fronde termina, para alívio geral, com o triunfo da autoridade monárquica.

10. A Inglaterra e as Províncias Unidas no século XVII

1649: execução de Charles I;

1660: restauração dos Stuarts;

1672: invasão das Províncias Unidas. Guilherme III, da Casa Laranja;

1689: declaração de direitos;

1707: Ato de união da Inglaterra e da Escócia.

A Inglaterra e as Províncias Unidas são, no século XVII, os dois maiores poderios marítimos da Europa. A despeito de querelas internas e da guerra de independência contra a Espanha até 1648, a república das Províncias Unidas logra tornar-se, graças ao comércio marítimo, a primeira potência econômica do mundo e assim permanece até 1672. Por seu lado, a Inglaterra afirma pouco a pouco, face aos concorrentes holandeses e franceses, sua vocação de grande poder marítimo e isto apesar de duas revoluções: a primeira culminada em 1649, com a execução do rei Charles I e com a proclamação da república; a segunda consagrada à perda das tentativas absolutistas e da restauração do catolicismo dos reis Stuarts e ao do triunfo da monarquia moderada e do anglicanismo.

Edição    Filipe Dal'Bó e Samy Dana

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Sobre o editor

Guilherme Mazzeo é coordenador institucional do GvCult, graduando em Administração Pública pela FGV-EAESP. Um paulista criado em Salvador, um ser humano que acredita na cultura e na arte como a direção e o sentido para tudo e para todos. A arte é a mais bela expressão de um ser humano, é a natureza viva das coisas, a melhor tradução de tudo. Só a cultura soluciona de maneira sabia e inteligente tudo, a cultura é a chave para um mundo melhor, mais justo, livre e próspero! Devemos enaltecer e viver nossas culturas de forma que sejamos protagonistas, numa sociedade invasiva e carente de: vida, justiça, alegria e força.

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O GV Cult – Núcleo de Criatividade e Cultura da FGV desenvolve atividades de criação, fruição, gerenciamento, produção e execução de projetos culturais e de exercícios em criatividade.

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