Por Silvia Goes. 

O silêncio vive entre nós, mas procura ficar escondido. É difícil de ser encontrado. Tem uma personalidade forte e é capaz de causar grandes impactos.

No mundo da música, ele é conhecido como pausa. Na verdade, o swing do som começa na pausa.

Ele é reconhecido e respeitado por todos os músicos. O instrumentista que não percebe a pausa está condenado a ser um anti-músico.

Mas nem sempre percebemos o seu valor. É fácil esquecer a sua importância. Lembramos dele quando estamos cansados, ou quando precisamos pensar seriamente em algo, ou ainda quando tentamos meditar.

Na maioria das vezes, procuramos por ele do lado de fora, como se ele não estivesse dentro de nós. E quando alguém nos fala sobre o tal silêncio interior, causa até um arrepio só de pensar o quanto será difícil atingir esse estado.

Ele é amigo, mas também assustador.

Ele é necessário, mas às vezes incomoda.

Não é possível viver sem ele, mas viver sem compreendê-lo acaba se tornando um castigo.

Quando aprendemos um instrumento percebemos que uma das coisas mais difíceis de enfrentar é o silêncio entre uma nota e outra. Em alguns momentos ele não pode existir porque senão o som fica feio. Em outros momentos ele precisa existir senão o som fica horrível!

E a dúvida começa a existir: como vamos decidir quando ele deve estar presente?

É preciso conhecer o segredo que o silêncio tem.

O segredo dele é o som que ele tem.

Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.