Proposta
GVcult
26/02/2014 09h00
Por Silvia Goes.
Hoje gostaria de propor um olhar sobre o significado e necessidade da percepção em nossa vida. Embora a palavra seja reconhecida por todos, o exercício da mesma nem sempre corresponde ao mesmo número.
Não se trata de uma prática musical somente. Devemos diariamente perceber tudo o que nos cerca, pois mesmo a nossa sobrevivência depende dela. No entanto, ela é constantemente confundida e relevada a planos menores, fazendo com que vivamos o nosso dia mais subordinados a nosso hábitos do que às nossas percepções.
A proposta de hoje é promover uma observação nesse estado interno utilizando a música.
O som, para ser processado (ouvido), não necessita de explicação. Nenhuma região do seu cérebro estará se ocupando do formato, cor ou cheiro do som. Ele tem uma passagem livre: ao entrar no cérebro, ele está entrando em casa. Ele nasce ali.
Então, experimente deixá-lo entrar como se você estivesse ausente do mundo. Sabe aquele momento em que vai dormir e sente que não está mais acordado, mas também ainda não está dormindo? É essa a sensação que você deve lembrar na hora do exercício.
Para o nosso corpo não é difícil memorizar o comportamento da nossa musculatura durante uma emoção -tente reviver em pensamento um momento bom e seu corpo lembrará exatamente da situação muscular que adotava naquele evento.
Aproveitando dessa capacidade natural do nosso cérebro, vamos ao nosso exercício:
Escolha uma música executada por uma grande orquestra, preferencialmente dentro do erudito. Procure por uma apresentação com imagem da orquestra para que o exercício seja mais completo.
Ao assistir o vídeo, ouça cada detalhe do som associando-o com a imagem mostrada. Procure sentir o som como o músico que o executa, como se você estivesse em um simulador. Vá trocando de instrumentos, acompanhando o que a música propõe. Em alguns momentos, quando a imagem focar no maestro, procure internamente pela força e intenção que o regente necessita ao conduzir uma orquestra.
Não importa o quanto você conhece de música, pois esse não é um teste para seus conhecimentos. É apenas um exercício muscular/auditivo com o objetivo de despertar a sua atenção para essas associações.
Se você não tem idéia do que buscar para assistir, posso sugerir: Bolero de Ravel, condução de Sergiu Celibidache com a Orquestra Filarmonica de Munich. Se preferir, vá direto ao link: http://www.youtube.com/watch?v=AmEJLoawItU
Boa audição!
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
Sobre o editor
Guilherme Mazzeo é coordenador institucional do GvCult, graduando em Administração Pública pela FGV-EAESP. Um paulista criado em Salvador, um ser humano que acredita na cultura e na arte como a direção e o sentido para tudo e para todos. A arte é a mais bela expressão de um ser humano, é a natureza viva das coisas, a melhor tradução de tudo. Só a cultura soluciona de maneira sabia e inteligente tudo, a cultura é a chave para um mundo melhor, mais justo, livre e próspero! Devemos enaltecer e viver nossas culturas de forma que sejamos protagonistas, numa sociedade invasiva e carente de: vida, justiça, alegria e força.
Sobre o Blog
O GV Cult – Núcleo de Criatividade e Cultura da FGV desenvolve atividades de criação, fruição, gerenciamento, produção e execução de projetos culturais e de exercícios em criatividade.