Antologia do cinema de vanguarda na América Latina
Por Bernardo Buarque de Hollanda
Nesta antologia, compilo cinco filmes que marcaram minha formação de cineclubista. Foram assistidos, em sua maioria, em salas de exibição de cineclubes na cidade do Rio de Janeiro, nos anos 1990. São películas latino-americanas históricas, que cobrem um arco temporal que vai dos anos 1930 a 1990. Haveria muitos outros filmes a elencar, como os do cineasta argentino Fernando Birri, mas por motivo de espaço, enumero tão somente os selecionados a seguir. A fim de tão-somente aguçar o interesse do leitor, opto aqui por trazer informações muito sumárias da sinopse e da ficha técnica.
- Ganga bruta, de Humberto Mauro (Brasil, 1933). Ficção. Com Durval Belini, Lu Marival e Carlos Eugênio. P&B.
Enredo mínimo: Engenheiro mata esposa na noite de núpcias. Através de uma série de flash backs, saberemos as razões do ato desatinado.
- La hora de los hornos, de Fernando Pino Solanas (Argentina, 1968). Documentário.
Súmula: Na primeira parte de seu tríptico (Neocolonialismo e violência), Solanas, futuro Senador da República, documenta o passado e o presente (anos 1960) político da Argentina, analisando formas e métodos de dominação colonialista.
- Memorias del subdesarrollo, de Tomás Gutierrez Alea (Cuba, 1968). Ficção. Com SérgioCorrieri, Daisy Granados, EslindaNuñez.
Sinopse: Angústias de um intelectual cubano diante da rápida mudança de sua vida na Cuba revolucionária.
- Amnésia, de Gonzalo Justiniano (Chile, 1994). Com Júlio Jung, Pedro Vicuña, Nelson Villagra, Marcela Osório.
Argumento: Zuñiga e Ramirez são dois sujeitos esquecidos pela história. Peões de uma guerra que ninguém quer lembrar, mas que para eles ainda não terminou.
- Fuera de aqui!, de Jorge Sanjinés (Bolívia, Venezuela e Equador, 1977). Com camponeses das comunidades indígenas dos Andes.
Sumário: A atuação de grupos religiosos de diversos credos entre os camponeses dos Andes. Esses grupos, além de interferir nas tradições e heranças culturais dos indígenas, são utilizados como penetração da CIA nas camadas populares andinas.
Digressão final: Jorge Sanjinés está para o cinema boliviano assim como Glauber Rocha está para o cinema brasileiro. Sua película vai ao encontro das raízes índias e campesinas da Bolívia. Como filmar a magnitude histórica dos povos andinos senão subindo ao alto das montanhas e atingindo o pico das altitudes, onde vivem aquelas populações milenares?
Edição Final: Guilherme Mazzeo
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