Por    Bruno Buscariolli

Prezados amigos da música,

Como disse no último post, essa semana vou falar do Chet Baker, um dos músicos de Jazz mais importantes de todos os tempos. Sabe aquelas histórias comuns no mundo do Rock de um cara muito talentoso, mas que usava muitas drogas e destruiu a carreira porque se metia em altas confusões? Pois é, Chet Baker é um desses caras, só que do mundo do Jazz.

Oriundo de Oklahoma, ele começou a ficar famoso na década de 1950 tocando trompete e cantando. Quando jovem, Baker chamava muito a atenção pela beleza, um estilo meio James Dean, em moda na época. Ele atuou em 7 filmes entre 1955 e 1964, quase sempre como galã. Além disso, compunha e cantava muito bem, o que favoreceu sua rápida ascensão artística.

Chet Baker: Um gênio do Jazz antes e depois das drogas

Chet Baker: Um gênio do Jazz antes e depois das drogas

Ainda na década de 1950 ele começou a usar heroína e em pouco tempo já colecionava problemas em decorrência do vício. Na década de 1960, Baker foi preso e deportado de vários países europeus, só na Itália ficou mais de 1 ano preso, sempre por crimes relacionados ao porte e uso de drogas.

A vida de Chet Baker mudou drasticamente em 1966, quando foi agredido violentamente na saída de um show na Califórnia. A causa da briga nunca foi esclarecida, mas é fato que ele apanhou tanto que perdeu vários dentes. Para tocar trompete, a arcada dentária é muito importante e ele demorou anos até conseguir se adaptar e voltar a se apresentar. Existem alguns vídeos no youtube dele tocando ao vivo em que se nota claramente a falta de dentes da frente.

Por todos esses acontecimentos traumáticos, Chet Baker não gravou nada entre 1965 e 1979. Surpreendentemente, ele conseguiu voltar à ativa no final da década de 1970 e teve um período de altíssima produtividade ao longo da década de 1980, gravando mais de 40 álbuns (a maioria de apresentações ao vivo). Ele chegou a fazer um álbum com músicos brasileiros, chamado Chet Baker and the Boto Brazilian Quartet de 1980.

A vida triste e conturbada de Baker acabou na madrugada do dia 13 de Maio em 1988, em Amsterdam, aos 58 anos de idade. Ele foi encontrado morto na frente do hotel em que estava hospedado, aparentemente após cair da janela do quarto. A autópsia confirmou o uso de drogas naquela noite e a polícia não encontrou indícios de agressão física.

As músicas da primeira fase de Chet Baker são de um estilo de Jazz mais clássico, com trompete, bateria, piano e baixo acústico. São as músicas desse período que imortalizaram o cantor, em especial Let´s Get Lost, faixa que também deu nome a um documentário sobre ele. As músicas da década de 1980 são mais pra quem gosta de Jazz experimental, algumas vezes improvisado, com mais instrumentos elétricos e menos voz.

Quem escutar as músicas vai perceber que o estilo de Chet Baker é de muita classe, cantando sempre com delicadeza e afinadíssimo. Algumas das melhores músicas dele estão na minha playlist do spotify:

https://open.spotify.com/user/22m6mb7lsr2bgetux4dp4ezry/playlist/409n8JiEGMq7injz2QAZPt

Abraços a todos!

Edição      Enrique Shiguematu