Espírito natalino
Por Luciana Garcia.
Recentemente circulou nas redes sociais a notícia de um Papai Noel que cobriu o rosto de uma criança em seu colo quando o pai dela se recusou a pagar pela foto promovida pelo shopping, preferindo tirá-la em sua própria máquina. A situação, simplesmente revoltante e simbólica sob o ponto de vista da loucura consumista que envolve o mundo atual, serve para trazer à tona um assunto importante: a importância do lúdico e do imaginário na infância.
Este Natal, marcado pela crise econômica e pela contenção de gastos, é uma ótima oportunidade de exercitar a criatividade para envolver as crianças em um clima de magia autêntico, em vez de apenas comprar presentes caros. Aliás, as lojas de brinquedos têm se parecido mais com um castelo do horror para pais de bolso modesto: dificilmente encontra-se um brinquedo por menos de R$ 100,00 e, mais importante: de fato educativo e envolvente.
Para os cristãos, é fundamental transmitir aos pequenos a essência da comemoração e lembrar da simplicidade e força tão bem representadas pela cena do nascimento de Jesus no presépio. Para os não-cristãos, a data, que transcende o fato religioso, deve ser também tratada a partir de sua origem, porém sob prisma histórico, como conhecimento e reflexão. De um modo ou outro, a ocasião pede, essencialmente, que se aproveite para discutir e lembrar valores importantes na formação das crianças, de um modo lúdico e leve.
Por outro lado, o universo mágico do Papai Noel e do encantamento de suas lendas ajuda no incentivo à exploração da imaginação infantil e no desenvolvimento da criança. É a partir do estímulo à fantasia que permitimos a meninos e meninas tornarem-se adultos capazes de pensar criticamente, inovar, buscar soluções, etc.
Assim, montar a árvore de Natal com a criança, incentivá-la a fazer pedidos (sonhar com desejos, e não solicitar a compra de objetos) ou resoluções, envolver o período com músicas, exemplos de solidariedade, atividades sociais e culturais são ações muito bem-vindas. E mais: sabemos que, com o tempo, a vida traz algumas realidades que, muitas vezes, ofuscam a ilusão das festas, mas nós mesmos, os adultos, precisamos aprender com as crianças a cultivar e manter essa beleza toda interiormente, a fim de podermos continuar emanando a boa energia que materializa e espalha ao redor o verdadeiro espírito natalino.
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
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