O processo de politização e os movimentos sociais
Por Fabiana de Almeida Garcia.
Em 17/06/2013 protestos foram vistos em toda parte do país, incluindo a tomada da Esplanada dos Ministérios e do Congresso Nacional, em Brasilia. Simbolicamente, a imposição de um povo perante seus governantes.
O que parecia um grupo homogêneo logo se disseminou pelas redes sociais, e as pessoas, insatisfeitas com o descontrole inflacionário, as péssimas condições na saúde pública e educação, deparadas com as infindáveis denúncias de corrupção do governo, uniram-se ao movimento saindo às ruas pacificamente. Eram familias inteiras, idosos, deficientes e crianças.
Os governantes, incrédulos, baixaram a repressão. A polícia excedeu-se e abusou como há muito não se via neste país. No Rio de Janeiro, tanques de guerra foram postos nas ruas e estudantes levados à delegacia por crimes forjados. Novos tempos, e a antiga habilidade do Estado em desarmar movimentos retorna. Contudo, nos dias atuais a tecnologia permite a participação ativa do cidadão, como gravações, e, sobretudo, a exposição nas redes sociais.
Há quem diga que nada disso adiantou. Que tudo "voltou ao normal". Mas a consciência do brasileiro foi provocada. A politização é um processo, e a utilização das redes sociais como ferramenta (útil) ainda é muito recente neste país. O povo brasileiro ainda não se deu conta do poder que possui. Mas isto será inevitável.
Particularmente, aposto na continuidade de movimentos sociais, progressivos, e menos espaçados. O recuo faz parte. Mas ao se ver no limite do caos, com tributos extorsivos, seus familiares morrendo por falta de atendimento à saúde (inclusive na rede privada), ensino abandonado, a população tende a reagir, pois chegará o momento em que "não terá muito (ou mais nada) a perder".
Durante esses movimentos a população brasileira aprenderá, na prática, errando e acertando, a fazer uma nova história. Eis o processo da educação política.
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
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