Os perigos do crack
Por Luciana Garcia.
Informação. É disso que todo mundo precisa quando o assunto é droga. E sim, é fundamental conversar sobre o tema com as crianças, conscientizando-as desde cedo sobre o mundo sombrio que envolve o assunto. Porque esse é o único modo de elas formarem solidamente sua posição diante da vida.
Por isso mesmo, não podemos negar que, atualmente, o crack é a droga da vez. Não somente porque seu efeito é mais rápido, ou porque está na moda, mas porque é barato. As pessoas mais simples conseguem ter acesso a essa droga porque ela parece muito acessível: com R$ 10,00 é possível obter uma pedra. O problema é que ela cria uma fissura tão intensa que, aos poucos, por dia, o usuário dependente acaba gastando muito mais dinheiro do que se consumisse uma droga mais cara, sendo comum a necessidade de uso a cada cinco minutos.
Veja bem: uma droga não é melhor que outra. Até a maconha, que muita gente defende como "natural" ou relaxante, é capaz de, já no primeiro uso, desencadear sintomas como síndrome do pânico e até mesmo esquizofrenia. Absolutamente todas as drogas têm ação sobre a consciência e o estado emocional das pessoas, interferindo nas transmissões neurológicas, nas atividades cerebrais em geral e em diversos outros sistemas orgânicos. E, muitas vezes, as consequências surgem com tempo de uso, mesmo naquelas pessoas que não desenvolvem o vício. Mas pouca gente fala nisso.
O caso com o crack é que, sendo uma droga estimulante e com efeitos que ocorrem em segundos, tende a criar uma dependência quase imediata, mas, com o tempo, os efeitos (superficiais) de bem-estar são substituídos por horríveis sensações, e nesse ponto a pessoa dificilmente consegue se livrar da droga – tanto que foi apelidada por diversos usuários como "droga do demônio".
Entre as consequências do uso específico do crack estão: paranoia, alucinações, delírio, pânico, depressão, convulsões, contrações musculares, taquicardia, dores no peito, coma, lesões e derrame cerebral, insuficiência renal, infarto e morte.
Em 2012, a Confederação Nacional de Municípios informou que 98% dos municípios do Brasil possuem problemas relacionados a drogas, e, segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o país é o maior consumidor de crack no mundo: um a cada 95 brasileiros já fumou a droga.
Sendo assim, não tenha medo de conversar com crianças e jovens, de modo claro, não só sobre a ação negativa das drogas, mas a respeito do porquê de as pessoas começarem seu uso – ou seja, as reações agradáveis. Pesando o bom e o ruim, e conscientizando seu papel de fazer boas escolhas para a vida, você estará preparando seu filho, sobrinho ou coleguinha antes que ele tenha contato com as drogas da maneira errada (quando apenas o aspecto "vantajoso" é citado).
E cuidado com as modinhas. Os adolescentes que usam o "inocente" narguilé também devem ficar sob atenção: além de, muitas vezes, haver a mistura com a maconha ou a cocaína, mesmo no caso do fumo ele potencializa em cem vezes seu efeito.
Fique atento. E divulgue as informações com clareza. Essa é a única proteção possível a legar.
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
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