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GV CULT - Criatividade e Cultura

Os neurônios músicos

GVcult

23/04/2014 09h00

Por Silvia Goes. 

Nosso cérebro abriga uma orquestra completa. Temos todos os instrumentistas com seus respectivos instrumentos, que são os talentosos neurônios, sempre prontos a executar qualquer tipo de função sugerida.

Esse é um fato incontestável que por si só já seria motivo de alegria.

Nesse belo conto de fadas, tudo estaria saindo muito bem, não fosse pela dúvida sobre como comandar essa orquestra e reger esses músicos! Sempre os músicos!

O papel de maestro, originalmente seu, não exige um grande currículo. Basta conhecer-se bem, ter muita atenção sobre todas as emoções que ocorrem internamente e criar suas próprias trilhas, lembrando que elas ficarão gravadas em sua memória, e por essa razão precisam ser bem escolhidas. Esses sons irão, com certeza, acompanhá-lo por toda a sua vida.

Aí, de repente, você se cansa e abandona o cargo. Não quer se dar ao trabalho de pensar em como reger esses músicos. Não há problema; um mecanismo (automático) assume essa função. Nosso cérebro é assim: se você não sabe bem o que fazer, ele inventa na hora! O fato é que nenhuma cena ficará sem trilha!

No entanto, a melhor regência para essa orquestra continua sendo a nossa. Mas quantas pessoas sabem como dirigir esses músicos internos?

A maioria provavelmente nem chegou a imaginar essa possibilidade. Então vamos lá, contribuir um pouco com algumas informações básicas:

1º – não é necessário saber tocar algum instrumento…

2º – mas é necessário saber ouvir uma musica.

3º – como toda ação que aprendemos a fazer, essa também necessita de observação. É recomendado ver um maestro regendo uma orquestra.

4º – observe que a orquestra obedece à intenção do maestro. Existem notas escritas na partitura, mas a maneira como elas serão tocadas depende diretamente de como o maestro indica: o tempo de duração da nota, a força de cada uma delas (mais forte ou mais fraca) e outros sinais como, por exemplo, hora de tocar ou de ficar quieto! Entendeu a razão de os músicos estarem sempre com um olho na partitura e outro no maestro?

Não vamos escrever notinhas para os neurônios, nem distribuir partituras, nem montar cadeirinhas para que fiquem sentados… Enfim, temos internamente o que conhecemos hoje como uma orquestra virtual. O som que será executado dependerá da cena que estiver acontecendo, ou melhor, da maneira como vamos perceber essa cena. Então, como acontece nos filmes, a trilha sonora pode mudar a intenção da cena!

"Abrigar novas práticas internas é uma forma de cuidar do nosso corpo."

Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.

SilviaGoes

Sobre o editor

Guilherme Mazzeo é coordenador institucional do GvCult, graduando em Administração Pública pela FGV-EAESP. Um paulista criado em Salvador, um ser humano que acredita na cultura e na arte como a direção e o sentido para tudo e para todos. A arte é a mais bela expressão de um ser humano, é a natureza viva das coisas, a melhor tradução de tudo. Só a cultura soluciona de maneira sabia e inteligente tudo, a cultura é a chave para um mundo melhor, mais justo, livre e próspero! Devemos enaltecer e viver nossas culturas de forma que sejamos protagonistas, numa sociedade invasiva e carente de: vida, justiça, alegria e força.

Sobre o Blog

O GV Cult – Núcleo de Criatividade e Cultura da FGV desenvolve atividades de criação, fruição, gerenciamento, produção e execução de projetos culturais e de exercícios em criatividade.