Vale Cultura: valor material e intelectual
Por Angela Costa de Souza.
Enquanto pensava no que escrever esta semana, li as revistas "ArtReview – ed. Nov 2013" e "frieze – ed. Abril 2013", ao mesmo tempo em que lia a seguinte notícia: "Mais de 300 mil pessoas receberam o benefício do vale-cultura, diz Marta Suplicy". As revistas consultei na biblioteca municipal de Melbourne, e a notícia, no site do Jornal O Globo.
A revista ArtReview é de Nova York, e a frieza do Reino Unido. Nelas encontrei anúncios de galerias, da SPArt, trabalhos de artistas e nomes de curadores brasileiros na lista dos mais importantes nomes do cenário mundial da arte. Que bom ver o Instituto Inhotim de Bernardo Paz nesta lista. Realmente, ele e sua equipe têm feito um trabalho maravilhoso no Instituto que se desenvolveu junto com a comunidade.
Neste momento penso na frase da Ministra que me chamou a atenção: "Temos que pensar no novo. E o novo ainda não sabemos qual é. Esse pessoal tem acesso a tênis de marca, mas não ao cinema. Não sabem o quanto pode ser legal uma visita guiada a um museu." Concordo com Marta Suplicy neste ponto, mas acredito que apenas o vale-cultura, que teve uma aceitação inicial relevante (73%) por parte das pequenas empresas, não vai fazer com que os jovens brasileiros deixem de se preocupar com marcas e o consumismo para se interessarem pelo consumo intelecto-cultural.
O vale-cultura foi um passo importante para a difusão cultural no Brasil, mas não pode ser implantado de maneira singular. É necessário que haja políticas sérias em outras áreas como a educação para que mudemos nosso comportamento de consumo, e não digo consumo de ter R$50,00 por mês para gastar com cultura, mas sim o comportamento para saber como gastar esse dinheiro de forma que se torne um apoio, e não o único meio de acesso da população.
Atualmente, o mercado exige criatividade para que as empresas consigam ter diferenciais atrativos para o publico consumidor. Com isso, as grandes corporações passaram a ter um olhar mais cauteloso para as artes, patrocinando mais projetos com o cunho cultural e que trarão experiências diferenciadas para a população. Esse trabalho e o vale-cultura podem ser aliados para iniciarmos uma nova maneira de vermos a cultura no nosso país, incentivando os trabalhadores e suas famílias a não esquecerem que o consumo intelectual é mais importante que o consumo material, e que no final os R$ 50,00 podem gerar frutos de valor imensurável.
Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.
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