Por Angela Costa de Souza.

Que delícia começar mais um ano! Escrever e dividir minhas opiniões com vocês está ficando cada vez mais interessante.

Por conta da Copa do Mundo, se tornou cada vez mais fácil encontrar noticias sobre o Brasil aqui na Austrália e no mundo. Na maioria das vezes, em noticiários diários transmitidos pela TV aberta Australiana, vemos muitas reportagens sobre o atraso da entrega das obras para a Copa, mas não há nada sobre a cultura brasileira.

Como disse em posts anteriores, nós brasileiros temos uma relação diferente com nossa cultura e com a maneira que queremos ser percebidos pelo resto do mundo. Melbourne é uma cidade pluricultural e que, acredito, tem o maior numero de imigrantes por metro quadrado da Austrália, e muita gente do mundo inteiro em um mesmo lugar. Mas quando falo que sou brasileira, todas as barreiras caem e aparecem lindos sorrisos em todos os lugares, seja nos locais que trabalho, na escola, no restaurante, na praia…

Não sei se é óbvio, mas sempre o primeiro assunto é futebol. "Você conhece Neymar, Zico, Ronaldo?" Em seguida vem as belíssimas paisagens e a alegria que só nós temos. Quando falamos em música, adivinhem o que eles começam a cantar, e em inúmeras versões… Michel Teló. Ahhh minha nossa, posso estar sendo preconceituosa com meu conterrâneo, mas vocês realmente pensam que ele representa nossa cultura?

Aí digo: "isso não é a verdadeira música brasileira. Se vocês gostam de ritmos e de misturas instrumentais, têm que conhecer Nação Zumbi, Lenine, Gil, Novos Baianos…". E a resposta é sempre a mesma: "em todos os lugares só conhecemos isso. Se o Brasil nos apresentar esses cantores e grupos que você fala, poderemos conhecer melhor.

Conheci um Argentino que cantou Cássia Eller e Nando Reis, quase tive um ataque do coração e então perguntei: "são importantes compositores e intérpretes da música brasileira, como você os conhece?". E eis que me responde: "Vivi na Nova Zelândia e tive uma namorada brasileira que me mostrou algumas coisas.

Todas essas historinhas são para mostrar que o Brasil tem muita oportunidade de exportar sua diversidade cultural e que isso tem que partir de nós, brasileiros que estamos buscando conhecimento em outros lugares, e também de cidadãos que estão fazendo cultura no Brasil. Que tal começarmos o ano da Copa mostrando quem realmente somos?

Temos tanta cultura para compartilhar, e acabamos conhecidos por um simples 'Ai se te pego'.

Edição: Samy Dana e Octavio Augusto de Barros.